Você já teve a sensação de descarga elétrica no cérebro?
Imagine que você está dormindo após um dia de trabalho longo e cansativo. O sono, antes leve, começa a ser incomodado por um estranho barulho.
A intensidade dos sons começa a elevar e, junto a isso, a sensação de ouvir explosões, batidas, trovões.
Acorda assustado e, ainda retomando a consciência, parece ver um clarão ou sente como se um formigamento percorresse seu corpo.
Será que teve uma experiência paranormal? Contato com forças desconhecidas e sobrenaturais? Ou será que estamos falando de um evento completamente racional e explicado pela ciência?
Essa síndrome, que pode ser bastante assustadora, atinge milhares de indivíduos mundo afora. Ela é mais comum entre pessoas com mais de cinquenta anos.
Ainda, entre as mulheres há o dobro de chance da síndrome se manifestar.
O nosso cérebro é uma máquina muito complexa. As interações entre os neurônios e a produção de sinapses, a relação entre o consciente e o subconsciente, produz resultados que sequer podemos compreender.
Porém, embora não saibamos todas as dimensões e aspectos do cérebro humano, o conhecimento científico que temos até hoje nos proporcionou algumas respostas.
O que este artigo aborda:
- O que é a Síndrome da Cabeça Explosiva?
- Entenda as causas da Síndrome da Cabeça Explosiva
- Veja como diagnosticar a Síndrome
- Tratamento da Síndrome da Cabeça Explosiva
- Estudos sobre a Síndrome
- Conclusão
O que é a Síndrome da Cabeça Explosiva?
A sensação de descarga elétrica no cérebro, cujo nome mais técnico é Síndrome da Cabeça Explosiva, acontece quando o indivíduo está dormindo.
É caracterizada como um distúrbio do sono, em uma espécie de parassonia sensorial.
Quando acontece a pessoa tem a sensação de ouvir um barulho muito alto, semelhante a um trovão ou uma explosão.
Somado a isso, algumas pessoas relatam que, ao abrir os olhos, têm alucinações, enxergando “clarões”.
O evento dura menos de 1 segundo, porém, costuma causar estresse intenso e medo.
Em pacientes que possuem histórico de ansiedade, é ainda mais comum que essa síndrome acabe funcionando como um gatilho para despertar crises.
Estima-se que essa síndrome tenha se tornado conhecida há 150 anos. Porém, pouco se sabe sobre ela, o que dificulta a recomendação de um tratamento, ou mesmo dizer se é benigna.
Contudo, com os estudos que temos até hoje, é possível mapear algumas características da Síndrome da Cabeça Explosiva.
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Entenda as causas da Síndrome da Cabeça Explosiva
Antes de sabermos como tratar a síndrome da cabeça explosiva, precisamos avaliar o que causa essa sensação de descarga elétrica no cérebro.
Infelizmente, não tivemos avanços muito expressivos sobre a síndrome.
Enquanto outros distúrbios do sono, descobertos tempos depois, foram estudados e compreendidos, a síndrome da cabeça explosiva não seguiu o mesmo caminho.
As primeiras descobertas datam do século XIX, com o médico Silas Weir Mitchell, em 1876.
Ele foi o pioneiro em acrescentar na literatura casos de pessoas que escutavam sons e barulhos de “badaladas de sino” enquanto dormiam.
Isso não significa que não tivemos descobertas e estudos científicos. Aliás, mais abaixo veremos alguns deles.
Mas, o que os cientistas conseguiram fazer foi isolar uma série de hipóteses, consideradas as causas prováveis.
A tese mais científica e provável estabelece uma relação com o ciclo vigília do sono.
Segundo essa teoria, a atividade dos neurônios sensoriais é aumentada quando a atividade reticular é reduzida, ao longo do ciclo vigília-sono.
Isso explicaria porque, mesmo dormindo, seu cérebro está tão ativo e os sentidos aguçados.
Outra causa provável é quando o indivíduo tem convulsões.
Problemas na região próxima ao ouvido, enxaqueca seguida de aura, mutação genética, também são possíveis causas.
Ademais, em pessoas que têm paralisia do sono pode haver maior propensão à sensação de descarga elétrica do sono.
Por último, pessoas que têm uma rotina de sono precária costumam ser mais propensas a desenvolver e apresentar a síndrome.
Veja como diagnosticar a Síndrome
Para diagnosticar a Síndrome da Cabeça Explosiva, o profissional precisa levar em consideração os critérios estabelecidos pela Classificação Internacional de Distúrbios do Sono:
- O primeiro ponto é que, após a ocorrência do evento, ou mesmo durante, o paciente não sente qualquer dor física.
Então, se você sentiu alguma dor, dificilmente estamos falando de uma sensação de descarga elétrica no cérebro;
- Ainda, é possível diagnosticar com base nas sensações que têm após o episódio. Sentir-se muito agitado ou com muito medo pode indicar que possui a síndrome;
- E claro, não poderíamos deixar de falar do sintoma mais comum e importante.
Se, naquele período entre dormir e começar a despertar, você ouve barulhos fortes em sua cabeça, potencialmente poderá ser diagnosticado com ela.
Diferente de outros distúrbios do sono, a Síndrome da Cabeça Explosiva não pode ser diagnosticada com a polissonografia.
Esse é um exame não-invasivo e indolor, usado para avaliar um paciente ao longo de seu sono.
Também não conseguimos diagnosticar a síndrome com a ressonância magnética.
Por isso, o mais importante é se atentar aos três tópicos que elencamos assim. Ainda, somados a eles, podemos acrescentar os seguintes sintomas:
- Dores de cabeça;
- Ansiedade e agitação;
- Medo;
- Muito suor;
- Fadiga ao longo do dia;
- Dificuldade para dormir;
- Coração acelerado.
Tratamento da Síndrome da Cabeça Explosiva
Embora possamos adotar algumas medidas para tentar diminuir a ocorrência de episódios, não há um tratamento específico para a Síndrome da Cabeça Explosiva.
Conforme dissemos, os estudos pouco evoluíram ao longo dos séculos.
Consequentemente, se não entendemos o problema, fica muito difícil pensar em uma solução.
Porém, algumas coisas são recomendadas pelos médicos, dentre elas a chamada terapia de conversação. Ela é indicada, principalmente, quando a pessoa passa por grande estresse em seu cotidiano.
Em casos específicos, sob determinação médica, pode ocorrer de ser recomendado alguma medicação. Antidepressivos são um bom exemplo.
Damos um destaque especial à cloropramina.
Esse medicamento foi alvo de um estudo sueco. Dos resultados obtidos, foi possível observar que os pacientes tiveram os sintomas aliviados.
O mais importante é que o paciente tenha em mente que essa síndrome é benigna.
Entender isso é fundamental para que a pessoa alivie um pouco da ansiedade e do medo que acompanham a sensação de descarga elétrica no cérebro.
Ainda, como não há tratamento específico, diferentes pacientes podem ter diferentes formas de lidar com a síndrome.
Desse modo, é preciso que o indivíduo mapeie os gatilhos, combinado com uma rotina de vida mais tranquila e saudável.
Isso inclui desde uma boa alimentação, um cotidiano menos estressante, e claro, uma excelente rotina de sono.
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Estudos sobre a Síndrome
Falta muito para entendermos as origens, diagnóstico e, principalmente, se a síndrome da cabeça explosiva tem cura.
Contudo, alguns poucos estudos foram e estão sendo desenvolvidos na área.
Os estudos variam bastante, desde distúrbios associados à audição até convulsões epilépticas.
Houve um estudo realizado, na qual a atividade do cérebro durante o sono foi monitorada em alguns pacientes.
A partir disso, foi possível detectar que, quando há um disparo na atividade do cérebro, pode acabar desencadeando a sensação de descarga elétrica no cérebro.
O comum é que o nosso corpo “desligue” durante o sono.
Todavia, naqueles que têm a Síndrome da Cabeça Explosiva, o corpo demora mais para desligar.
Consequentemente, os neurônios podem ser disparados simultaneamente, dando ao paciente a sensação de que está ocorrendo uma explosão de barulhos em sua cabeça.
Conclusão
Neste artigo, conheceremos mais sobre a sensação de descarga elétrica no cérebro.
Vimos que, embora não haja muitos estudos conclusivos sobre a síndrome, algumas causas foram mapeadas e, portanto, podem ajudar no tratamento.
Rotinas muito estressantes, cujo sono é bem deficitário, podem desencadear essa síndrome.
É muito importante que o paciente tenha em mente que não se trata de um distúrbio maligno. É um disparo no seu cérebro que provoca a sensação de ouvir barulhos altos ou ver clarões.
Saber disso é fundamental para diminuir a ansiedade ou o medo, caso volte a ter o episódio.
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