Mesmo com o aumento da taxa básica de juros Selic, que chegou a 13,75% em agosto, o mercado imobiliário nacional segue em ritmo de crescimento. A movimentação tem sido impulsionada, sobretudo, pelo segmento de imóveis de médio e alto padrão. Diante da demanda, estudos apontam uma projeção otimista para 2023.
A comercialização de imóveis viveu um período de aquecimento durante a fase mais crítica da pandemia da Covid-19. A necessidade de isolamento social coincidiu com a queda da Selic, o que tornou o financiamento imobiliário mais barato. Com isso, a demanda de consumidores e investidores por unidades residenciais mais amplas e confortáveis aumentou e, desde então, segue em ritmo de expansão.
Segundo dados da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), a venda de novos imóveis registrou crescimento de 9,8% em 2020. O percentual subiu para 12,8% em 2021 e, até o momento, 2022 sinaliza manter o ritmo. A expectativa também é de crescimento para 2023, quando haverá a definição sobre o cenário político e econômico do país.
De acordo com a Associação Brasileira de Incorporadoras Imobiliárias (Abrainc), entre janeiro e maio deste ano, a venda de novos imóveis superou em 26% o total registrado no mesmo período do ano anterior. O segmento de médio e alto padrão teve uma importante participação no desempenho do setor, com uma alta de 145% das vendas no período analisado. Por isso, a projeção para 2023 também é otimista.
O que este artigo aborda:
Resultados em São Paulo
Em São Paulo, o maior mercado imobiliário do país, os resultados têm sido positivos ao longo deste ano. Pesquisa mais recente realizada pelo Sindicato das Empresas de Compra, Venda, Locação e Administração de Imóveis Residenciais e Comerciais do estado (Secovi-SP) identificou o aumento de 10,8% nas vendas de novos imóveis em julho, na comparação com julho de 2021. No acumulado dos últimos 12 meses, o resultado foi de alta de 6,8%.
Os dados da pesquisa mostram que a quantidade de apartamentos à venda em São Paulo no momento soma 64.181 unidades, totalizando um valor global de R$ 43,1 bilhões. Mais de 7 mil unidades ofertadas na capital paulista têm valor acima de R$ 1 milhão e podem ser categorizadas como de médio e alto padrão.
O que é o imóvel de alto padrão?
No setor da construção, o imóvel de alto padrão é aquele que reúne características que o tornam diferenciado e, por isso, o valor é mais caro. Dentre esses aspectos estão a localização, o tamanho, a segurança, o acabamento e a assinatura do projeto. O imóvel de alto padrão é considerado luxuoso. Em geral, esse tipo de empreendimento é direcionado para famílias da classe A.
O imóvel de médio padrão reúne as mesmas características, porém tem um valor um pouco mais baixo. As famílias das classes A e B integram o principal perfil consumidor.
Já os imóveis econômicos ou populares possuem um preço mais acessível e características variadas com relação à metragem, ao número de dormitórios e banheiros, à localização e à oferta de garagem e varanda. Os imóveis do programa Casa Verde e Amarela, por exemplo, se enquadram nessa categoria.
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