O Brasil figura entre os países com pior tempo de deslocamento entre casa e trabalho no mundo. Segundo levantamentos realizados por um aplicativo de transporte, o brasileiro gasta em média duas horas no transporte público para fazer este tipo de viagem. De carro, não é diferente. Recife, a capital mais congestionada do Brasil e uma das 15 do mundo, vê seu cidadão perder por volta de 92 horas por ano no trânsito a mais do que ele já gastaria comumente, passando à frente de outras capitais como Rio e São Paulo.
A mobilidade urbana é uma das maiores dificuldades que as cidades enfrentam. Se durante a pandemia observamos quedas abruptas nos níveis de trânsito pelas cidades, com o retorno à rotina e uma busca maior pelo transporte individual, as ruas parecem estar ainda mais congestionadas. Mesmo a opção pelo home office ainda não foi suficiente para dar conta do problema, que é muito mais estrutural. Por conta disso, não falta procura por alternativas para driblar o trânsito e até mesmo economizar eventualmente.
Para quem se desloca exclusivamente por carro, a dificuldade é maior. O preço dos combustíveis é um repelente ao uso do automóvel, o que tem feito com que muitas pessoas optem por deixar o carro na garagem. Diferentemente de uma política pública mais verde, que incentiva a redução de gases emitidos pela queima de combustíveis fósseis, como já ocorreu na França, o que temos é uma opção forçada, devido ao impacto financeiro com esse tipo de transporte. Nesse ínterim, as caronas ganharam força, e são uma ótima maneira de dividir gastos entre pessoas com destinos comuns.
Muitas pessoas também optaram por trocar o carro pela bicicleta. Um atrativo grande é que muitas cidades oferecem espaços destinados para bikes em seus ônibus e vagões de trem e metrô ou mesmo bicicletários nos principais terminais, o que acaba incentivando o uso complementar das duas modalidades, muitas vezes reduzindo o número de baldeações necessárias para um mesmo trajeto. A presença de ciclofaixas em muitos locais oferece também segurança para quem busca optar pela bicicleta. Outras vantagens que a bike oferece são economia e a oportunidade de pôr em prática uma atividade física.
Caso não seja possível fugir do transporte público, às vezes, utilizá-lo em um horário alternativo pode ser uma forma de fugir dos horários de pico. Estudar outras rotas, fazer pequenos trechos a pé ou pegar o transporte um pouco antes ou depois dos horários mais cheios são alternativas para driblar os percalços.
E se o carro for sua única opção, também há algumas maneiras de economizar para além da carona. Optar por modelos mais econômicos já é um bom começo. Mas é bom ter em mente que o carro já é mais caro por si só, por diversos motivos como, por exemplo, IPVA, estacionamento e desgaste de peças. Para fugir desses gastos, é possível estudar o valor de carros por assinatura, que podem acabar compensando mais do que um carro particular. Com eles, não há preocupação com obrigações como documentos e manutenção, tornando-se bem mais práticos no fim das contas.