A educação no Brasil carrega uma grande responsabilidade de transformar o futuro e resolver as desigualdades sociais que fazem parte do país.
E, essas expectativas tem grande fundamento, afinal, muitos dos problemas sociais no Brasil podem ser resolvidos com a educação.
Entretanto, há um longo caminho a percorrer para que o cenário educacional do país seja mais eficiente e atenda todas as camadas sociais. Seja com o aprimoramento da formação docente ou com novas tecnologias para os gestores. Existem muitas frentes a serem analisadas para melhorar o ensino no país.
Quer saber mais sobre como está o cenário educacional no Brasil e as boas práticas para melhorar a educação? Leia o artigo completo!
O que este artigo aborda:
- Como está a educação no Brasil?
- Novo Ensino Médio e a educação no Brasil
- Estrutura do Novo Ensino Médio:
Como está a educação no Brasil?
Ao falar do cenário atual da educação no Brasil, é preciso, primeiramente, propor uma discussão sobre o cenário geral da educação brasileira, visto que a história da expansão educacional no país reverbera até hoje.
Um dos pontos mais importantes e que explicam a situação atual, é que o Brasil só expandiu a escolarização básica a partir do século XX e que o crescimento, quando o assunto é rede pública de ensino, se concretizou no final dos anos 70.
Ou seja, nossa expansão é muito recente, por isso há tantos desafios pela frente.
A partir dessas informações, podemos chegar à atualidade, onde o Brasil ocupa o 53º lugar em educação, entre 65 países avaliados. E mesmo com programas sociais que incentivam o acesso das crianças ao ensino básico, ainda existem cerca de 731 mil crianças entre 6 e 12 anos que estão fora da escola, segundo os dados do IBGE.
Além disso, o analfabetismo funcional também preocupa o país, em uma pesquisa realizada pelo IBOPE (2009), foi registrado que 28% das pessoas entre 15 e 64 anos são analfabetos funcionais, além de constatar que 34% dos estudantes chegam ao 5º ano da sua escolarização sem saber ler.
Outros dados preocupantes são os 20% de jovens que concluem o ensino fundamental mas não dominam a escrita e leitura, mesmo frequentando a escola.
Com esses dados, é possível afirmar que a educação ofertada a esses jovens brasileiros, não elevam as expectativas para o futuro, visto que não há grande efetividade por parte do sistema educacional.
Entretanto, a educação no Brasil está em busca de novos ares!
Após o longo período de ensino remoto, com mudanças de comportamento dos alunos e até mesmo da maneira que ocorre o ensino-aprendizagem, o Novo Ensino Médio se apresenta em um momento muito assertivo.
Se anteriormente não era possível vislumbrar um futuro promissor e aplicar os conhecimentos adquiridos na rotina, com a mudança da BNCC os caminhos são mais fáceis de serem trilhados.
Novo Ensino Médio e a educação no Brasil
Com as pesquisas supracitadas, podemos notar que a necessidade de reformulação do ensino brasileiro não é novidade. E, mesmo sem os dados do ensino médio, existe uma relação muito estreita entre o fortalecimento dessa etapa e do ensino básico.
Quer entender melhor essa relação?
Um bom exemplo são os dados da PNAD (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua) que mostrou que garantir a permanência dos jovens na escola durante os anos finais do ensino médio, é o principal desafio para que o país universalize o acesso à educação básica.
Por esse motivo, é essencial a transformação dos métodos de ensino-aprendizagem do ensino médio e é a partir dessa necessidade que a BNCC trouxe um novo olhar e tirou de cena o modelo carregado de disciplinas obrigatórias para implementar um modelo mais flexível.
Estrutura do Novo Ensino Médio:
- A garantia dos direitos de aprendizagem comuns a todos os estudantes definidos na BNCC;
- Desenvolvimento de um Projeto de Vida através de itinerários formativos;
- Valorização da aprendizagem, que promove maior carga horária de estudos.
De maneira prática, o primeiro tópico trata-se da matriz curricular, que desde o início de 2022, passaram a ser avaliadas por áreas do conhecimento, seguindo a mesma lógica da divisão do ENEM (Exame Nacional do Ensino Médio).
Sendo assim, o que era trabalhado em sala de aula continua fazendo parte da grade escolar, entretanto, esses conteúdos são trabalhados de forma interdisciplinar, o que fortalece a confiança para a prova do Enem, além de trazer os conhecimentos de maneira mais prática.
Dessa forma, os alunos terão acesso a todas as áreas do conhecimento ao longo da sua trajetória no Ensino Médio, mas em alguns períodos podem não estudar todas elas.
Contudo, no caso das disciplinas de Matemática e Língua Portuguesa, os conhecimentos dessa área são essenciais nos três anos de formação e, por isso, são trabalhados por todo o período.
Além disso, uma das maiores inovações do Novo Ensino Médio, que ocupa 40% do currículo escolar, são os Itinerários Formativos.
Toda a flexibilidade desse novo método de ensino é trabalhado aqui! Durante essa formação à parte, o estudante poderá escolher a partir da sua projeção para o futuro profissional e preferências.
Os itinerários formativos tem como base 4 eixos formativos, que são eles:
- Processos criativos;
- Empreendedorismo;
- Investigação científica;
- Mediação e Intervenção Sociocultural;
Dessa forma, os jovens poderão se aprofundar em uma dessas frentes, em conjunto com a matriz curricular obrigatória que foi supracitada.
Além disso, outra novidade é o Projeto de Vida, que é uma extensão dos itinerários formativos, onde o aluno é capaz de desenvolver reflexões sobre o seu futuro e aptidões.
Na prática, as escolas implementam um programa para que os jovens possam entender suas possibilidades de estudo e mapear as escolhas que são possíveis para seu futuro pessoal e profissional.
Este programa não tem uma carga horária mínima obrigatória, além de oferecer a liberdade para as instituições de ensino decidirem se o Projeto de Vida seguirá por todo o ensino médio ou apenas alguns anos da formação.
Além disso, não existem especificações sobre a necessidade de um psicólogo para ministrar as aulas.
Os desafios dessa transformação ainda são grandes, mas também há uma grande expectativa quanto aos resultados após o período de adaptação do corpo docente e discente.
O que podemos adiantar é que a educação no Brasil anseia por novos ares e métodos e está utilizando todos os recursos disponíveis para aprimorar o ensino-aprendizagem.
E o mais importante: já estamos colocando a mão na massa para isso!
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